sábado, 21 de maio de 2011

Para cortar custos e sem ouvir o Congresso, a PF simplesmente transferiu para empresas privadas a responsabilidade de controlar quem entra e quem sai do País

Quem desembarca no aeroporto internacional de Guarulhos (SP), o mais movimentado do Brasil, acredita que está sendo recebido por treinados agentes da Polícia Federal ao apresentar seus passaportes para entrar oficialmente no País. Mas, na verdade, os funcionários que checam e carimbam os documentos de viagem, fazem entrevistas de imigração e vistoriam bagagem em busca de drogas e armas são pessoas comuns, funcionários de uma empresa privada, sem nenhum treinamento ou compromisso com a defesa da soberania do Estado. O caso de Guarulhos não é uma exceção. Hoje, empresas prestadoras de serviço dominam o controle imigratório nos aeroportos, portos e até postos de fronteira. Parece óbvio, mas entregar a terceiros a fiscalização de quem entra ou sai do País é temerário e põe em risco à segurança nacional. A fiscalização deficiente é o paraíso para traficantes, imigrantes ilegais, criminosos procurados pela Interpol e terroristas, que podem transitar livremente por aqui sem que as autoridades de plantão tomem conhecimento. Enquanto o resto do mundo está debruçado em soluções para reforçar a segurança de suas fronteiras, por aqui o governo terceiriza o controle de passaportes e imigração nos aeroportos, uma atividade que nunca deveria ter saído das mãos da Polícia Federal. Hoje, estima-se que a PF gaste mais de R$ 100 milhões para transferir a responsabilidade a empresas privadas de um serviço que deveria ser executado por ela de acordo com a Constituição Brasileira.
O processo de loteamento de áreas estratégicas começou há quatro anos, sem que houvesse o necessário debate pelo Congresso, pela sociedade e contra parecer da própria Polícia Federal. Mais grave: era para ser uma solução provisória, como explica à ISTOÉ o ex-ministro da Justiça Tarso Genro, hoje governador do Rio Grande do Sul. “Sempre defendi que isso só se justifica como provisoriedade”, afirma Genro. Mas, no Brasil, o que é provisório com frequência se torna permanente. O problema é que Tarso Genro havia sido informado das consequências da terceirização. Um relatório interno da PF, obtido por ISTOÉ, revela que repassar a empresas privadas tais atividades era a última das opções para reduzir o gargalo provocado pelo crescimento exponencial de passageiros. “É de longe a hipótese mais controversa de todas e esbarra em sérios problemas de ordem legal”, concluiu a delegada Silvane Mendes Gouvêa, presidente da comissão. Em ordem de prioridade, o MJ poderia aumentar o contingente policial ou passar o controle migratório para as mãos de servidores administrativos da própria PF. O documento, de 37 páginas, com cinco anexos, listou uma série de critérios que deveriam ser adotados em caso de se decidir pela terceirização. Por exemplo, para cada três terceirizados deveria haver ao menos um policial como supervisor.

Mas o que se vê hoje é um descontrole total. Em alguns aeroportos, como o Tom Jobim, no Rio de Janeiro, cada agente da PF precisa monitorar o trabalho de até dez terceirizados. A média nos terminais terceirizados é de um policial para cada sete funcionários privados. Na Tríplice Fronteira, entre Paraguai e Argentina, há 103 funcionários terceirizados para um total de 15 agentes federais. Eles fiscalizam tudo que passa na Ponte Internacional da Amizade e na Ponte Tancredo Neves. Também são responsáveis pela emissão de passaporte e controle de raio X.
Os funcionários terceirizados geralmente encaram o serviço como um bico. Ganham pouco mais que um salário mínimo e logo que conseguem algo melhor abandonam o posto. “Trabalhei seis meses na Ultraseg, em Guarulhos. Foi meu primeiro emprego”, afirma Domênica Duarte, 22 anos. O resultado é uma rotatividade altíssima que impede a qualificação desses profissionais. E a maioria das terceirizadas são empresas de mão de obra de serviços gerais, algumas sem nenhuma relação com a atividade de controle migratório. “Essas empresas fecham contratos milionários, dão calote nos funcionários e depois desaparecem”, afirma o presidente do Sindicato dos Servidores da PF no Rio de Janeiro, Telmo Correa. Funcionários contaram à ISTOÉ que a PF paga às terceirizadas R$ 3,5 mil por contratado, mas o funcionário recebe no máximo R$ 800.

Uma dessas fornecedoras de mão de obra, a Visual Locação, Serviço e Construção Civil, dos sócios Herbert de Ávila e Alessandro Fagundes, simplesmente sumiu do mapa. No ano passado, a empresa embolsou mais de R$ 33 milhões do governo federal, dos quais R$ 2,7 milhões foram destinados ao pagamento de terceirizados no Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio. ISTOÉ esteve em dois endereços registrados em nome da Visual em cidades-satélites de Brasília. O escritório num velho sobrado foi abandonado há dois meses. O corretor, que pediu anonimato, diz que Herbert “não pagou o aluguel, trocou os telefones e desapareceu”. A outra “sede” da empresa fica numa casa sem reboco em área da periferia que integra o programa de incentivos fiscais do governo do Distrito Federal. Apesar do muro alto que cerca o local, pode-se ver a placa com o nome da empresa jogada num canto, enferrujada. “Há duas semanas não aparece ninguém aí”, conta um vizinho.

O caso da Visual não é exceção. A Cosejes, responsável pela emissão de passaporte, embolsou o dinheiro do governo, deu calote nos funcionários e fechou as portas. “Um dia eles não depositaram. Ligamos para a empresa no Ceará e ninguém atendeu. Fomos à filial aqui em São Paulo e já não havia ninguém”, conta Alyne Scirre, 23 anos. A ex-funcionária diz que foi censurada pelos próprios policiais. “Diziam que a gente estava chorando por miséria e que o dono da Cosejes era delegado de polícia”, afirmou.
Outro problema é que as empresas terceirizadas não preenchem todos os postos de trabalho, explica o diretor de relações de trabalho da Federação Nacional de Policiais Federais (Fenapef), Francisco Sabino. “Em Guarulhos, a empresa que assumiu os guichês da PF em janeiro contratou 120 pessoas e não completou a cota de 200 funcionários. Por causa do acúmulo de trabalho e dos salários baixos, os terceirizados já pensam em entrar em greve”, afirma Sabino. Ele se refere à empresa SkyServ Locação de Mão de Obra Ltda., que assinou com a Superintendência da PF em São Paulo um contrato de R$ 5,9 milhões para prestar serviços neste ano. Quase a totalidade dessas empresas, aliás, torna-se alvo de ações trabalhistas na Justiça. Acontece que os funcionários são normalmente contratados como recepcionistas ou digitadores, mas acabam exercendo funções de polícia. “Éramos registrados na carteira como recepcionista. Mas fazíamos todo o trabalho de confecção do passaporte”, relata Alyne Scirre. E confirma que tinha acesso a informações particulares no banco de dados da PF. “O trabalho é todo feito por nós. Os policiais nem precisam assinar”, diz. Dentre as atividades que Alyne exercia estão o cadastramento dos dados do requerente no sistema da PF, o envio das informações para a Casa da Moeda e a verificação do documento final. Uma responsabilidade grande demais para quem dava os primeiros passos no mercado de trabalho.

Não bastassem os problemas de ordem prática, a terceirização também enfrenta impedimentos legais. O relatório da Polícia Federal, que passou pelas mãos de Tarso Genro e do então diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa, é claro: “Em razão de a atividade de fiscalização migratória doutrinariamente enquadrar-se no exercício do poder de polícia pelo Estado, ela é por natureza indelegável. Com isso deve ser executada por servidores efetivos do Departamento de Polícia Federal.” O advogado Luiz Carlos Cavalcanti, especialista em direito constitucional e autor de um estudo sobre o caso, explica que o controle de imigração é um trabalho complexo e altamente especializado. “A habilitação do agente da PF se dá através do estudo de uma disciplina específica denominada polícia marítima aeroportuária e de fronteiras, inserida na grade curricular do curso de formação profissional. A matéria é eliminatória”, afirma Cavalcanti. Se o policial for reprovado nesta disciplina, é imediatamente desligado do curso de formação profissional e do concurso público para agente da PF. O especialista lembra que um policial federal é submetido a investigação social para entrar na carreira, segue regime disciplinar específico e responde a uma corregedoria. Já os terceirizados não estão submetidos a nenhum tipo de controle. “Ninguém sabe de onde vêm e para onde vão esses funcionários. Eles não têm nenhum comprometimento com a instituição”, afirma o diretor da Fenapef, Francisco Sabino.

“Do jeito que está qualquer um pode embarcar com passaporte falso. Os terceirizados não sabem a diferença entre um imigrante ilegal, um padre ou uma mula do narcotráfico”, afirma Telmo Corrêa, do sindicato da PF. Agente por formação, ele lembra que a atividade de fiscalização imigratória foi confiada pela Constituição, em seu artigo 144, “de maneira inequívoca” ao Departamento de Polícia Federal. E acrescenta um dado surpreendente nessa complexa equação. Com a realização da Copa de 2014 e da Olimpíada de 2016, as empresas americanas e inglesas querem entrar no lugar das terceirizadas nacionais e assumir o controle da nossa imigração. “É um absurdo. Uma ameaça à nossa soberania”, avalia Telmo.
Esse risco não existiria se Genro e Corrêa tivessem escutado as recomendações da comissão da PF. A saída para os gargalos nos aeroportos era de fácil execução, como consta do relatório. “A contratação de mais policiais é a solução que resolve mais rapidamente o problema do controle migratório, uma vez que não haveria necessidade de mudança na rotina de fiscalização”, dizem os delegados no documento. A demanda por mais policiais seria atendida com recém-formados pela Academia Nacional de Polícia. Segundo levantamento da própria PF, bastaria a contratação de mais 181 policiais para atuar nos aeroportos do Rio e de São Paulo. Naquele ano, a academia formou 210 policiais, o suficiente para dar conta do recado. Entretanto, a cúpula da PF optou pelo caminho da terceirização, alegando que os policiais são uma mão de obra qualificada demais para a execução de serviços burocráticos.

Fontes da PF afirmam que Luiz Fernando Corrêa pressionou a comissão para que concluísse o relatório a seu gosto. Em vários trechos do relatório da PF, é citada a informação de que “o Ministério da Justiça estaria disposto a fornecer recursos para a contratação de terceirizados”. Na conclusão, o grupo de delegados ressalta que “não sendo escolhida pela direção-geral a alternativa de dotar com lotação efetiva de policiais os aeroportos”, o problema só poderia ser resolvido com a terceirização. O documento subsidiou a medida provisória que alterou a Lei 8.745/93 e abriu as portas para a privatização do controle migratório. Procurado por ISTOÉ, o atual ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, não se manifestou sobre o assunto. Coube ao diretor-executivo da PF, Paulo de Tarso Teixeira, fazer a defesa da instituição. “Os policiais continuam sendo responsáveis pelo controle migratório. Não houve transferência de competência da PF para ninguém”, garante Teixeira. Transferência houve. O trabalho da PF nos aeroportos foi privatizado. Mas em nada aliviou o transtorno vivido pelos brasileiros no agendamento a perder de vista da emissão de passaporte e nas longas filas de desembarque de passageiros.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Criação de Estados aumenta gastos do governo federal



Abaixo, após a matéria, nosso ponto de vista!!!!!


No Congresso tramitam Projetos de Decreto Legislativos que propõem a criação de 11 Estados e de quatro territórios federais. Uma nova divisão de territórios estaduais poderia criar os Estados do Gurgeia, do Maranhão do Sul e do Araguaia, por exemplo. Estas propostas procuram beneficiar as populações locais, mas custam caro, tanto para a região alterada quanto para o governo federal, que deve arcar com a criação de novas vagas na Câmara e no Senado, para ficar só nas despesas imediatas.

Só a manutenção de um Estado, que considera despesas como o pagamento de servidores públicos e verbas para deputados estaduais e governador, custa em média R$ 995 milhões por ano. “É quase um bilhão que, em vez de ir para a população, vai para gabinetes e estruturas”, afirma o pesquisador do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) Rogério Boueri, que elaborou a estimativa.

Além desse custo de manutenção, os Estados devem arcar também com a instalação da máquina pública e com investimentos em infraestrutura para que o novo Estado possa se desenvolver economicamente, especialmente nas regiões pouco habitadas.

Em um estudo publicado em 2008, Boueri observou que os Estados gastam, em média, 12,75% do seu Produto Interno Bruto (PIB) para se manter. Alguns dos Estados propostos pelos parlamentares brasileiros extrapolariam essa conta. O Estado do Rio Negro, por exemplo, precisaria de 140% do valor do seu PIB somente para manter suas estruturas estaduais funcionando, de acordo com estimativa do pesquisador. “Esses Estados já nascem deficitários”, diz.

No caso de os Estados não serem capazes de se manter, quem paga a conta é o governo federal. “O Estado do Tocantins, por exemplo, recebeu subsídios do governo federal por cerca de dez anos até poder se manter com as próprias pernas”, exemplifica Boueri.

Além de uma possível ajuda financeira, o governo federal teria que arcar também com a criação de mais três vagas de senadores por Estado. Se os onze Estados propostos no Congresso chegarem a existir, haverá 33 cadeiras a mais no Senado. Na Câmara também poderia haver aumento do número de parlamentares. Hoje, a quantidade é fixa e as vagas são distribuídas de acordo com a população de cada unidade da federação. Mas há um mínimo de oito deputados por Estado e, por causa disso, poderia ser necessário aumentar o número de cadeiras.

O governo federal bancaria ainda novas superintendências regionais de órgãos públicos, além de seções da Justiça Federal em cada Estado. Até a logística e o orçamento do Tribunal Superior Eleitoral precisariam ser reforçados com a chegada de mais governadores e deputados estaduais.

No estudo em que Boueri analisa os custos e a viabilidade econômica dos Estados, ele conclui que somente o Estado do Triângulo, em Minas, seria viável economicamente. De 2008 para cá, alguns desses projetos foram arquivados e outros foram propostos e reativados. Na lista atual de Estados propostos, o pesquisador acrescenta o Estado da Guanabara no ranking dos que poderiam se sustentar sozinhos.

Dinheiro direto

A justificativa para a divisão de Estados apresentada em vários projetos é que regiões isoladas ou distantes do poder central do Estado recebem menos investimentos e não têm acesso adequado a infraestrutura e serviços, como boas escolas e hospitais.

Mas, para o pesquisador do Ipea, essa argumentação não é consistente. “É válido querer melhorar a vida das pessoas, mas a criação de estados em localidades pouco habitadas e com baixo índice de atividades econômicas vai trazer a melhoria a um custo muito alto”, diz. O custo a que o pesquisador se refere será coberto, em parte, pelo governo federal “às custas do Brasil e inclusive de regiões pobres”.

Como soluções mais eficientes para as regiões que não recebem investimento adequado, Boueri defende a criação de Fundos Regionais voltado para localidades mais pobres ou um acordo para remeter de volta a essas regiões todo o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que é arrecadado nelas. “A mesma benfeitoria da criação do Estado poderia ser feita com a criação de um fundo com metade da verba que é gasta na manutenção do Estado”, diz.
Ele afirma ainda que os territórios federais seriam menos onerosos do que os Estados porque têm uma estrutura administrativa menor. Amapá, Acre, Roraima e Rondônia já funcionaram assim antes em um modelo em que o gestor local era indicado pelo governo federal.

FONTE: ULTIMO SEGUNDO
------------------------------------------------------------------------------------------------

                                                             POVO BRASILEIRO

Mais uma vez vemos a falta do que fazer dos nossos parlamentares, corrupção, ideias absurdas (mudar o lema da bandeira nacional) e agora estamos diante dessa palhaçada em dividir o Brasil em mais 11 Estados com a justificativa de erradicar a pobreza.

Pelo amor de Deus pessoal, isso é um absurdo, é uma justificativa que não encontra embasamentos que comprovem essa erradicação. Todos os parlamentares são ruralistas e a ideia é desmatar mais ainda o País para seu próprio enriquecimento com a desculpa de que o Brasil produzirá e exportará mais.

Nós iremos pagar estes novos estados, pois mais verbas federais terão que ser despendidas para sustentá-los por anos até conseguirem andar com as proprias pernas, assim como o tocantins que dependeu de verbas por 10 anos. Mais cadeiras deverão ser dispostas nas Câmaras, mais verba federal sera despendida, mais corrupção com o desvio dessas verbas, mais enchição de saco nos horários eleitorais.

Se o Governo Federal não consegue sustentar os Estados atuais mais o DF, voces acham que quase 40 estados no País serão superpotencias? Que a tendencia é aliviar os gastos pessoais das famílias de classes média para pobres? É PURA ILUSÃO....

ACORDEM BRASILEIROS, ESSES PROJETOS QUE O GOVERNO PRETENDE SÃO PARA BENEFÍCIOS PRÓPRIOS, DESMATAMENTO DO CERRADO E DA AMAZONIA, ENRIQUECIMENTO ILÍCITO, DESVIO DE VERBAS E CORRUPÇÃO.

NO PLEBISCITO, VOTEM NÃO PARA A CRIAÇÃO DESTES ESTADOS. SEJAM INTELIGENTES, NÃO MARIONETES DO GOVERNO.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Com apenas R$ 20 mi anuais, professores Pardais criam Exército do futuro

Centro Tecnológico cria radar que será usado nas Olimpíadas, novo blindado para a PM do Rio, carro 4x4 aerotransportável e monóculo de visão térmica

Raphael Gomide, iG Rio de Janeiro | 12/05/2011 08:00

Com escassos R$ 20 milhões anuais de orçamento, o Centro Tecnológico do Exército (CTEx) é o principal órgão responsável pela pesquisa e desenvolvimento de projetos tecnológicos da Força e conta principalmente com seus “professores Pardais” para criar novos produtos de Defesa para o País. O CTEx se vale hoje de convênios com a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) – responsável por 70% dos recursos e maior parceira nos últimos cinco anos –, e a Faperj (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro).

Adaptando-se às circunstâncias, os cerca de 700 militares – 15% deles oficiais engenheiros – e civis do centro desenvolvem, entre outras coisas, novos veículos blindados para a polícia, carros aerotransportados para paraquedistas, monóculo de visão térmica e um radar de baixa altitude que será usado nos Jogos Mundiais Militares este ano, na Copa do Mundo de 2014 e nas Olimpíadas de 2016.

A “menina dos olhos” do coronel Roberto Castelo, assessor da subchefia do CTEx, é o radar móvel Saber M60, que tem o objetivo de integrar sistema de defesa antiaérea de baixa altura e proteger pontos sensíveis – como indústrias, usinas e instalações governamentais –, no raio de 60km e altura até 5km. Montável em 15 minutos e pesando 200kg, identifica aviões e helicópteros.

O aparelho é ligado a um centro de comando e controle instalado em furgão também feito pelo CTEx, e conectado ao sistema de defesa antiaérea do Exército. Quando a ameaça é identificada, a unidade antiaérea mais adequada para fazer a proteção recebe o alerta. Basta um clique de mouse para revelar a posição do avião, altura, distância e o ângulo em relação ao centro de operações antiaéreas, e disparar.

De acordo com o Exército, o Saber é o mais moderno do mundo em sua classe. O radar foi criado para complementar a defesa antiaérea, porque muitas aeronaves escapam dos radares tradicionais, voltados para maiores altitude, em especial em regiões montanhosas. “Fecha 100% da cobertura e está com uma procura muito grande”, disse o coronel Castelo, que participou do projeto.

O CTEx também criou o protótipo da nova geração de blindados que pode passar a ser usado pelo Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) e por outras unidades da Polícia Militar do Rio, em substituição aos atuais Caveirões. Menor, mais robusto e ágil, o Vespa 02 (Viatura Especial de Patrulhamento) foi financiado pela Faperj, a pedido do governo do Rio e seguindo especificações da PM e já passou por testes na Restinga da Marambaia. (link)

Destinado a operações em favelas, é robusto, tem blindagem para fuzis, seteiras (buracos para pôr o cano das armas e disparar), proteção do cofre do motor e capacidade para oito homens, além do motorista e um passageiro no frente. O novo modelo introduziu a pestana (capa de aço no parabrisa), com acionamento interno e aumentou a parte interna, agora com capacidade para transportar oito policiais. É mais alto que os anteriores, pesa 7,2 toneladas e atinge 100 km/h. Como “luxos”, tem ar-condicionado, sirene e tração nas quatro rodas, para facilitar a circulação em aclives e declives e garante a aderência, evitando derrapagem.

“É uma solução customizada e ouvi bastante o Bope, que participou dos requisitos. É um projeto para atender a baixo custo e usa chassi e motor a diesel da Volks. Temos capacidade de fazer, preço interessante, Não será preciso importar”, disse o major Paulo Aguiar, responsável pelo projeto, cujo custo foi de R$ 430 mil. Além do emprego em segurança pública, uma variante do veículo também pode ser adaptada futuramente para o uso do Exército em missões de Paz da ONU.

O primeiro Vespa foi apresentado em 2007 e ficou mais conhecido como “Caveirinha”. Era menor e voltado para o patrulhamento de vias especiais, não para incursões em favelas. Quebrou durante o uso pela PM nos 60 dias em que ficou com a corporação. Segundo o Exército, o problema foi causado pelo uso inadequado do carro. O motorista teria tentado passar, em alta velocidade, por cima de uma mureta que divide as pistas da Avenida Brasil. “Nenhum carro é indestrutível”, disse o major Aguiar, que atuou nos dois projetos, com mais três engenheiros.
Outro veículo, com propósitos completamente diversos é outro lançamento do CTEx, o “Gaúcho”, parceria binacional com o Exército da Argentina – para otimizar recursos e aumentar a escala de produção –, feito só com componentes do Mercosul. Uma espécie de jipe aberto, com tração e suspensão independente nas quatro rodas, o veículo trafega em qualquer terreno e servirá para ações de reconhecimento. Parece com jipes dos Comandos em Ação, brinquedos que fizeram sucesso nos anos 80 e 90.

“O Gaúcho é 100% mobilidade e 0% blindagem. Além disso, é praticamente uma viatura descartável, que pode ser deixada no terreno”, explicou o major Santoro, gerente do projeto.

O carro foi desenhado para poder ser empilhado sobre outro, permitindo o transporte de até cinco unidades em aviões Hércules, e lançamento ao solo com paraquedas. O veículo, que porta uma metralhadora MAG 7.62mm e duas armas leves anticarro. O protótipo custou R$ 270 mil, mas esse valor deve baixar cerca de 30% com a escala de produção. O Brasil vai adquirir apenas cerca de cem a 200 unidades, para a Brigada de Infantaria Paraquedista.

Outra inovação do centro é o míssil superfície-superfície anticarro de combate (comumente chamado de tanque de guerra) guiável por feixe laser, com alcance de 3 km. O operador pode corrigir a mira do míssil após o disparo, mudando a posição do lançador e apontando-o ao alvo que tenha se deslocado (um carro de combate, por exemplo). “É uma arma sofisticada, de alto valor tático”, disse o coronel Castelo. A arma pode ser carregada por um homem – pesa 8kg, sem o míssil, e 23kg, com – e, por ser pequena, se camufla no terreno, funcionando com tripé.

Com propósito semelhante, o CTEx desenvolveu também a Arma Leve Anticarro (Alac), de ombro. Conhecida como bazuca, tem alcance útil de até 500 metros e dispara munição de 84mm, que perfura blindagens de até 30cm e detona munição a temperatura de até 1000ºC. É uma arma descartável e de baixo custo, equivalente à sueca AT-4 ou à argentina M-57.
Lembra-se do filme “O Predador”, em que a besta protagonista via os soldados independentemente da camuflagem e do escuro? O CTEx desenvolveu equipamentos de visão térmica, como o usado no reparo (suporte) de metralhadora (.50” ou 7.62mm) automatizado para viaturas blindadas sobre rodas ou lagartas.

Mais que equipamento de visão noturna, a câmera com imagem termal é mais avançado que o de visão noturna, porque é capaz de mostrar imagens sem nenhuma luminosidade, enquanto a outra funciona intensificando luz residual. Além disso, consegue identificar alguém escondido atrás de folhagem mesmo durante o dia, por exemplo.

Outro equipamento é o monóculo Olhar VDN-X1, para observação diurna ou noturna, mesmo em condições de neblina ou cobertura de fumaça. Pode ser acoplado em capacetes, metralhadoras e fuzis.
Para quem pergunta por que o Brasil precisa investir em tecnologia se pode comprar material já pronto e mais barato, o coronel Castelo já tem uma resposta pronta.
“Todo país que aspira a uma posição de destaque precisa ter o domínio sobre tecnologia de defesa. Não é preciso ter tudo, mas sim deter o conhecimento para produzir, se necessário. Pode ter origem importada, mas precisa ter indústria de defesa e competência para fazer, atualizar e acompanhar a última tecnologia. Defesa não é barato”, disse.

Castelo citou como exemplo a proibição, pelos EUA, da venda de aviões Tucano pelo Brasil para a Venezuela porque tinham componentes norte-americanos.

A indústria de Defesa do Brasil já teve uma posição internacional relevante. Para Castelo, a queda se deveu muito mais ao fim da Guerra Fria do que à redemocratização dom País. “Houve muito material excedente dos dois blocos e saturou o mercado com produtos usados muito baratos. A indústria que não tinha mercado interno se enfraqueceu."

FONTE: Ultimo Segundo





terça-feira, 3 de maio de 2011

MOBILIZAÇÃO NACIONAL

MOBILIZAÇÃO NACIONAL CONTRA O AUMENTO ABUSIVO NO PREÇO DOS COMBUSTÍVEIS
 

O QUE TODOS TEMIAM ACONTECEU: GASOLINA A R$ 3,00.
ATÉ QUANDO VAMOS CONTINUAR SOFRENDO NAS MÃOS DO GOVERNO FEDERAL?
SOMOS O MAIOR PRODUTOR DE ETANOL (ÁLCOL) DO MUNDO E TEMOS O MAIOR PREÇO;
SOMOS AUTO-SUFICIENTES NA PRODUÇÃO DE PETRÓLEO;
É HORA DE DARMOS UM BASTA NA GANÂNCIA DO GOVERNO FEDERAL, QUE É O ÚNICO RESPONSÁVEL PELOS AUMENTOS ABUSIVOS DOS COMBUSTÍVEIS, E AINDA TIRA O CORPO FORA TENTANDO SE PASSAR POR "BONZINHO".
VAMOS TODOS DEMONSTRAR A NOSSA INSATISFAÇÃO E INDIGNAÇÃO COM O GOVERNO FEDERAL!
VAMOS TODOS ADERIR AO PROTESTO NACIONAL CONTRA OS AUMENTOS ABUSIVOS DOS COMBUSTÍVEIS:
1 - AMARREM TODOS UMA FITA PRETA NOS RETROVISORES DOS CARROS OU ANTENAS ATÉ O DIA 03/05/11;
2 - NO DIA 03/05/11 NINGUÉM DEVERÁ ABASTECER SUES VEÍCULOS EM NENHUM POSTO DE QUALQUER PARTE DO TERRITÓRIO BRASILEIRO;
3 - NO DIA 03/05/11, ÀS 18:15 h, PARE O SEU VEICÚLO AONDE VOCÊ ESTIVER E LIGUE O ALERTA DURANTE 1 MINUTO.
VAMOS JUNTOS PARAR O TRÂNSITO BRASILEIRO POR UM MINUTO, DEMONSTRANDO A NOSSA INDIGNAÇÃO COM A POLÍTICA GANANCIOSA DO GOVERNO FEDERAL.
VAMOS LUTAR EM DEFESA NOSSA, DOS NOSSOS FILHOS E DOS NOSSOS NETOS!!!
CONTAGEM REGRESSIVA PARA A PARALIZAÇÃO NACIONAL: DIA 03/05/2011 ÁS 18:15 H