quinta-feira, 7 de abril de 2011

Petrobrás pode subir gasolina se petróleo mantiver alta


O presidente da Petrobrás, José Sergio Gabrielli, sinalizou nesta quarta-feira, 6, que o preço da gasolina e demais derivados do petróleo poderá ser reajustado se o preço do petróleo se mantiver nos atuais patamares. 'Caso se configure uma determinada estabilização do preço do petróleo no plano internacional, vamos ter que alterar os preços do petróleo no Brasil e consequentemente os preços dos derivados', disse. 'Não está claro, no entanto, se o atual patamar de preços será mantido', complementou o executivo após participar de reunião com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.

Gabrielli destacou que, a despeito da pressão das cotações internacionais do petróleo, a gasolina pura da Petrobrás (gasolina A) tem preços inalterados desde maio de 2009, ao redor de R$ 1 o litro. 'Já a gasolina que chega ao consumidor tem outro preço, pois envolve o distribuidor, o álcool, os impostos estaduais', destacou.

A Petrobrás anunciou recentemente a importação de gasolina para atender a demanda interna. O volume deverá ser ofertado pela Petrobrás a partir da segunda quinzena deste mês. Após esse prazo, deverá haver uma análise em relação à condição do mercado interno. 'Se a demanda continuar crescendo, já estamos no limite da capacidade de produção e precisaremos importar', afirmou. Isso poderá não acontecer caso o preço do etanol caia nas próximas semanas e, dessa forma, o consumidor volte a ampliar as compras de etanol.

ANP

Gabrielli afirmou que a possibilidade de que o mercado de etanol passe a ser fiscalizado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) teria como principal finalidade regular a estabilidade do fornecimento. A possível mudança, noticiada pela Agência Estado na semana passada, não teria qualquer objetivo de contribuir para a queda dos preços, na visão do executivo. 'O preço reflete a situação de oferta e demanda. (A medida) É muito mais para regular a estabilidade do fornecimento e minimizar o impacto de variações inesperadas de preço', disse.

Segundo Gabrielli, a possibilidade de que o etanol seja considerado um combustível, e não um produto agrícola, é uma discussão antiga e resultaria em uma série de mudanças na estrutura da cadeia. 'São regulações distintas. Com isso (as mudanças), você tem uma série de exigências de garantia de suprimento, de gestão de estoque, de qualidade de produto, de logística, que são reguladas de formas distintas do que é a regulação sobre um produto agrícola', disse.

Questionado se concorda com a possibilidade de o mercado do etanol ser regulado pela ANP, confirmada hoje pela agência, Gabrielli destacou a importância do combustível no mercado nacional, onde o etanol concorre com a gasolina. 'Em 2010, 51% do combustível fornecido para os veículos leves no Brasil foi etanol. Portanto, é um combustível importante no Brasil', desconversou.

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